Chico Xavier

As luzes se acenderam e as pessoas demoraram alguns segundos para saírem de seus assentos. Quando a primeira levantou-se então todos seguiram-na em retirada. O silêncio era fúnebre. Merecia até. Era o fim do filme de Chico Xavier. Críticas? Nenhuma. Contou em duas horas a vida de um homem que só fez o bem. Só desejou o bem. Não dava mesmo para exemplificar todos os detalhes, como alguns críticos queriam. Foi bom, muito bom. Ao sair do cinema tive a sensação de paz. Aquela que há muito não sentia. Fui com minha avó. Aquela com quem  há muito não saía. A vida é feita de pequenos milagres. De pequenos detalhes, de pequenas alegrias. Foi muito bom. Tudo! O filme, a pipoca com minha avó, a diversão, a sensação de dever cumprido, de prazer, de felicidade. Isso pra mim é paz.
Em certo momento do filme, Chico Xavier teve que sair de casa para deixar que sua família tivesse espaço e vivesse como achava que deveria viver. Me encaixei nessa situação. Aliás vi minha família nessa situação. Óbvio que muitos se afastaram não por motivos religiosos, por isso não precisaríamos nos afastar. Mas eu e minhas primas seguimos a vida com pensamentos diferentes. Mas aqui não posso falar pelas primas, mas apenas por mim. Se eles aceitassem meu jeito de viver eu, com certeza, seria mais presente. Sou muito família. Gosto de criar laços, de lealdade. Isso só uma família pode ter. Por isso, estou criando a minha e espero passar para todos os filhos (que um dia terei) todo esse amor.
Aos poucos, com a maturidade, encontro a paz que sempre busquei. Alguns não entendem, mas isso já não passa a ser tão importante quando se encontra a paz interior.
Vivo por isso!