RIO - Uma quadrilha vem tirando o sossego de homossexuais que costumam frequentar bares na área do Catete e Flamengo. Fingindo ser policiais federais, eles abordam as vítimas, aliciam-nas e depois as convidam para ir a um motel, onde começa uma série de ameaças e extorsões. (Vídeo mostra um dos bandidos em ação)
O grupo vem agindo há pelo menos seis meses. Policiais da 9ª DP (Catete) conseguiram levantar o rastro dos bandidos, e já identificaram dois deles. Um, inclusive, já está com prisão preventiva pedida. Eles são do Rio Grande do Sul.
A trama geralmente acontece dentro de uma termas no Catete. A vítima é aliciada por um dos bandidos. Após um clima de paquera, ela é convidada a ir para o Hotel Caxambu, que fica na mesma rua. O primeiro a ser alvo da quadrilha foi um empresário, que mora em Copacabana.
Com vergonha, ele disse à polícia que havia sido abordado na rua. Em seu depoimento, ele admitiu que foi levado para dentro do hotel. Já no quarto, ele se surpreendeu com a chegada de outros dois homens. Usando algemas e distintivos de policiais, eles se identificaram como agentes federais. Simularam um flagrante de drogas e começaram a pedir dinheiro para não levar o empresário preso.
- Com certeza outras pessoas devem ter sido vítimas desse grupo. Mas, por vergonha de admitir que são homossexuais, não fazem o registro - afirma o delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto, titular da 9ª DP.
Depois de simular a ligação para um falso delegado, os policiais alegaram que só o libertariam mediante o pagamento de R$ 50 mil. O empresário conseguiu reduzir o valor para R$ 20 mil. Foi exatamente no prédio da vítima, em Copacabana, que a polícia conseguiu levantar a identidade de um dos bandidos.
Gaúcho já tem prisão pedida Moisés Levi dos Santos, nascido no Rio Grande do Sul, aparece nas imagens do circuito de TV. Primeiro, ele entra pelo hall dos elevadores. Já do lado de dentro, aparece olhando diretamente para as câmeras. Pela imagem, o empresário o identificou como sendo um dos falsos policiais que invadem o quarto do hotel. O delegado Carlos Augusto Nogueira já pediu sua prisão preventiva.
As vítimas afirmam que os dois supostos policiais entram no quarto e apresentam um pacote, afirmando que nele há drogas. Em seguida, eles algemam a vítima e o homem que a levou para o motel. Esse homem, que se apresenta com o nome de Humberto, é levado para dentro do banheiro. Lá, os falsos policiais começam a gritar com esse integrante do bando, como se o estivessem torturando.
Foi essa a história contada pelo psicólogo X. na 9ª DP. Ele foi aliciado em janeiro deste ano pela quadrilha.
O psicólogo contou que, na entrada do hotel, achou estranho o fato de dois homens estarem em atitude suspeita na recepção. Sem dizer nada, um deles deu a chave do quarto para o bandido que se identifica como Humberto.
Dois minutos depois, os falsos policiais entraram no quarto. O preço para a libertação foi o mesmo do caso do empresário. Como o psicólogo disse que não teria tanto dinheiro, foi obrigado a rodar de táxi até sacar uma quantia num caixa eletrônico.
Funcionários do Hotel Caxambu foram ouvidos na delegacia e negaram conhecer o esquema da quadrilha. Mesmo assim, o delegado Carlos Augusto Nogueira disse que investigará a ligação de algum deles com o bando.
*Matéria retirada do Extra.
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