domingo, 20 de dezembro de 2009

MINHA Teoria da Individualidade

Desde Descartes (Sec XIV)  o indivíduo era o fundamento e o núcleo central de todo conhecimento. A consciência de si era o fundamento da subjetividade humana. Através da razão o homem poderia alcançar todos os seus propósitos teóricos ou práticos sem precisar recorrer à luz sobrenatural.  Kant também acreditava que o indivíduo era o fundamento de todo conhecimento e que a razão era o núcleo da subjetividade humana. Para ele o individuo possuiria as formas ou princípios apriori da sensibilidade e do entendimento, que serviriam para dar coerência e sentido ao real. Com Hegel a razão não somente era o nucleo do indivíduo como a história universal nada mais era que a manifestação da razão. O indivíduo foi entendido pela filosofia moderna como ser racional e autônomo.
Esta noção foi logo abandonada pela filosofia contemporânea.  Com Marx, Freud e Nietzsche a noção de indivíduo entrou em crise.
Marx através do seu conceito de ideologia nos mostrou que a consciência que o indivíduo tem de si e do mundo é uma falsa consciência. As representações ideológicas surgem das atividades humanas dominando o espírito do homem. Dessa forma, não é a consciência que determina a vida, mas é a vida que determina a consciência.
Por sua vez, a psicanálise freudiana nos mostrou que o indivíduo não é um ser da consciência, mas sim da inconsciência.  O ser humano não é um ser da razão, mas sim é governado por um querer cego e irracional, dominado pelas paixões e desejos inconscientes. Freud comparou o indivíduo a um Iceberg, onde a parte mais superficial,  que está  fora d’água, seria a consciência; e a parte maior e mais profunda, que está submersa , é o incosciente.
Já com Nietzsche o próprio conceito de “eu” fixo e estável perde sentido, pois o homem é uma espécie cujas qualidades não estão fixadas. Nietzsche propõe a alma como pluralidade do sujeito ou como estrutura social dos impulsos e afetos. O sujeito se constitui no terreno dos acontecimentos históricos, das contradições, das relações de força e poder.
Com a filosofia contemporânea  não existe mais a noção de um indivíduo pronto, acabado, fixo e  estável como tornou-se axiomático pensar.  Os pensadores  contemporâneos descobriram que o ser humano em seus modos de ser, pensar, agir e valorizar é determinado historicamente no interior das práticas sociais.   Na verdade, não há uma natureza humana. Já dizia Marx que o homem é aquilo que faz. Ele é o produto da sua ação.  O ser humano desde a antiguidade modificou sua natureza, seu pensamento, seus valores. Por exemplo, quando pensamos na antiguidade clássica ficamos perplexos com o espírito daqueles povos. Quando lemos Satiricom de Petrônio ou alguma biografia escrita por Plutarco sobre a vida de Alexandre ou César, ficamos chocados com os valores  e com os modos de ser daqueles povos. Os valores e os modos de viver dos antigos foram determinados pela ética guerreira. O homem moderno abandonou aquela natureza cruel, espontânea, guerreira e se tornou um ser “dócil”, “serviçal” e “respeitador” das leis. Esse raciocínio nos leva a concluir que a natureza humana é maleável, modifica-se constantemente.
Para Marx o indivíduo é determinado por aquilo que ele faz. O sujeito é determinado pelo seu “ser social”. É o comportamento material que fomenta suas representações e pensamento. Marx análisa o indivíduo a partir de sua ação, a partir daquilo que ele faz. O homem é um ser que produz, trabalha, faz comércio e cria relações a partir de seu trabalho. Dessa forma, o seu pensamento, os seus valores, a sua religião está condicionada pelo seu fazer, ou seja, pelo seu trabalho. O indivíduo como ser racional e moral surge através das relações de produção, troca e intercâmbio material entre os homens.
Já Nietzsche não difere o homem do animal. Ele mostra que o homem é um ser que foi domesticado historicamente a ser aquilo que é, ou seja, a ser consciente, responsável, trabalhador, respeitador das leis e temente a Deus.
Para Nietzsche não existe uma origem para o indivíduo, ele foi inventado. Ele é uma criação da crueldade das leis penais e religiosas. As leis penais e religiosas são mais importantes que as relações econômicas.

E VOCÊ O QUE É?

O que nos tornamos? Em que nos tornamos? Vemos pessoas não sentirem nada ao passar por um mendigo. Melhor seria sentir asco, ao menos o repúdio seria uma forma de sentimento. Lidamos tanto com a cabeça que esquecemos do coração.
Mas como deveríamos agir? Ao lidarmos com o coração, corremos o risco de sermos patéticos, injustos e muitas vezes egoístas.
Mas não seria o ser humano um completo imbecil egoísta? Podemos nos desprender de bens materiais, alguns emocionais, mas sempre terá algo que não abrimos mão. Para uns seria a vaidade, outros o que chamam de essência, alguns chamam de caráter. Ao não abrirmos mão do que chamamos de princípios também estamos sendo egoístas. Ao não entender que o outro tem suas próprias teorias e seus princípios mais enraizados estamos sendo altamente egoístas.
É o que fazemos ao vermos um casal de gays e 'aceitamos', mas não queremos ver um gesto de carinho em público entre eles. É o que fazemos quando vemos um negro em um alto posto dando uma bronca em um funcionário e pensamos, debochadamente, que é só dar um pouquinho de poder ao pobre (sim, porque temos a visão de que negro é pobre) que ele abusa.
É quando somos egoístas que estamos mostrando nossa individualidade. É possível ser egoísta sem ser cruel. Basta aceitar que é um ser egoísta! Que pensa primeiro em você. Até porque se não fosse assim você seria Jesus Cristo (Vale lembrar que até o próprio quando estava como ser humano na Terra, solicitou à Deus "afastar-lhe o cálice".
Não é vergonha querermos ser melhores, querermos ser ricos, ser bons, ser saudáveis. Triste é quem não aceita isso e acredita que apenas o outro é egoísta. Este ser faz julgamentos e torna-se tão individualista quanto o outro ao achar que a única verdade absoluta é a sua.
No nosso mundo não existe verdades absolutas. Existe a verdade de cada um.
Infelizmente nunca vamos entender isso por completo, pois somos indivualistas.

2 comentários:

CHica da Silva disse...

Eu amo Marx. Mas por mais que ele acredita que somos produtos de nossas açoes, nao podemos esquecer que ele acredita que podemos transformar o meio e nao ser apens um produto. Com nossas açoes podemos transformar. Tenho ele e freire como meus ideais educativos. é dificl quebrar todo um paradigma, mas nao é impossivel. Eles quebraram, independente se o mundo mudou, eles mudaram, eles fizeram a parte deles.
Qto a nietzche, bem este é dificil ler a obra. Sua genialidade levou-o a loucura. Mas mais dificil é ver fuura educadoras na minha sala discutindo com meu prof de filosofia a questao religiosa de nietz...essas sim deviam ser loucas rs. Infelizmente ainda tem educadora que qdo um autor poe o nome de cristo, elas querem discutir e levam pro lado pessoal a coisa. Fico passada rs.
Somos indivdualista pq com o sistema economico que temos, pede serrs humanos assim. Locke, como um liberal economico, pegava a propriedade como forma de poder. é ate hj. claro q ele tem muitas coisas interessantes em seus tratados, mas qdo colocada isso em leis, vemos que por tras, precisamos de individuos egoistas. E nao esuqecemos que Locke era acionista de uma empresa de tafico de humanos. Dizia ele que somos todos livre, livres ate pra mandar nos nosso escravos.
Alguns autores consideram que estamos entrando no pos-modernismo. agora o sujeito ja esta tomando a consciencia de que nao esta sozinho e que suas açoes recaem sobre outros. é um longo caminho a percorrermos, muito longo, mas todo paradigma leva anos pra ser construído.
Digo que estamos caminhando a passos de formiga, vide a conferencia de copenhagem: so diminuo os gases se fulaninho diminuir, se ele nao diminuir,. nao vou diminuir. Ainda é um pensamento moderno, egoista. Eu ainda tenho fé na humanidade, ate pq se eu nao tiver fe no ser humano, vou rasgar meu diploma e fazer outra faculdade ne?rs Claro que fico cansada as vezes, mas Marx, freire, Nietz, tbm se cansaram, mas deixaram seu legado e deixaram pessoas que seguem sua linhas. Eu procuro ser uma delas. Podem me chamar de louca, mas eu quero fazer a minha parte. So espero que o planeta aguente e que nao seja tarde demais.
Espero mesmo que este novo paradigma da pos modernidade, possa crescer e junto dela retomarmos nossa essencia de ser humano

essencia?bem essa ja é uma outra questao em Sartre rsrs

Bjsss

adorei..mas é um papo pra uma boa vodka cm refri ne?rsrsrs

Thaissa Costa disse...

ihhh para várias vodkas. rsrsrs Mas acho que o individualismo não está apenas ligado ao capitalismo. O individualismo é uma coisa que está tão enraizado que não vejo a possibilidade de mudança. Na verdade não acho necessário. O correto seria sabermos lidar com ele e não matá-lo, uma vez que acho que a segunda opção é impossível.

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