"Saudade palavra triste quando se perde um grande amor..." Eu perdi, em 2001...o maior amor da minha vida. Ele era divertido, engraçado, romântico, apaixonado pela vida e por todos os seres humanos. Ele tinha lindos olhos verdes e deles saiam uma enorme vontade de viver e uma meiguice que nunca mais achei nos olhos de ninguém.
Ele era bonito, tinha a pele clara. Exalava um cheiro que nunca mais senti igual.
Ele tinha seu próprio lugar à mesa. Ele gostava de pimenta e de cerveja aos domingos.
Era delicioso ir a um rodízio de carne com ele e nos falávamos sempre pelo olhar. Nos entendíamos como ninguém.
Quando eu o cobria ele pedia "sem vento". Eu nunca batia a porta de casa porque ele não gostava. Eu o amava mais que a mim mesma. Foi a primeira pessoa que me fez sentir isso, um amor forte e incondicional. Um amor que não exigia nada em troca.
Era dele o primeiro pedaço de bolo nos meus aniversários. Era com ele que eu ria das mesmas piadas e assistia o Clube do Bolinha. Era com ele que eu tomava mingau de fubá com o ovo e com ele também que comia gema mole. Era para ele meus sorrisos mais sinceros.
Foi ele quem me ensinou a ver o mundo cor de rosa. Foi ele que me ensinou a pedir "por favor". Ele me deu um panda de verdade e me levou várias vezes para ver o Papai Noel e o palhaço da antiga loja Vai-Vai.
Ele comprava caixas enormes de biscoitos só para mim. Ele me dava todinho. Ele me dava o que eu quisesse. Ele deixava de jogar sinuca com os amigos só para ficar comigo e dizia que eu era o seu "Louco Amor".
Ele fumava.
E, por causa disso, em 2001 ele se foi. E deixou em meu peito um vazio enorme, que nunca mais foi preenchido. Ainda sonho com ele. Na minha sala tem um porta-retrato com a nossa última foto.
Ele virou estrela no céu, mas nunca deixou de ser a estrela da minha vida.
Saudades eterna, meu avô. Meu louco amor!
T.Costa
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